O peso genético é forte e o risco de uma criança vir a desenvolver uma doença alérgica é superior a 50%, se um dos familiares sofrer de alergias.

Em Portugal, estima-se que 20% da população sofra de rinite, 10 % de asma, 10 % de eczema atópico e 5% de alergia alimentar, desconhecendo-se ainda a real incidência de alergia a medicamentos.

Acredita-se que este facto pode estar relacionado com alterações do clima, aumento de poluição atmosférica e mudanças do estilo de vida e dos hábitos alimentares das populações desde os primeiros meses de vida.

Conheça 4 aspetos determinantes no desenvolvimento de alergias:

1 – Exposição aos alergénios presentes no ambiente onde crescemos e vivemos.

Em Portugal, predominam as alergias aos ácaros, fungos ou animais presentes no ambiente doméstico ou no local de trabalho, mas também aos pólenes das ervas, árvores e arbustos, além das esporádicas reações alérgicas a alguns alimentos, mais frequentes na criança, como o leite de vaca, os ovos, o peixe, o trigo, mariscos e frutos secos.

2 – Hereditariedade. Por terem uma base genética, as alergias são mais comuns nas crianças com pai, mãe ou irmão com doença alérgica.

Se na família, o pai ou a mãe ou ambos, sofrem de alergias, o risco da criança vir a desenvolver uma doença alérgica situa-se acima dos 50%.

O risco é ainda mais elevado se, na infância, esta mesma criança sofreu de alergia às proteínas do leite de vaca, eczema e/ou “bronquiolites”.

Por outro lado, quando na família não há casos de alergias, o risco de ter uma doença alérgica é inferior a 5%.

3 – Alterações climáticas. As alterações climáticas e o aumento da agressividade dos pólenes em meio urbano podem justificar o facto de a rinite estar a afetar uma fatia cada vez maior da população portuguesa. Durante a época polínica, as concentrações dos pólenes são maiores nos dias quentes e secos, principalmente, nos dias ventosos e diminuem consideravelmente nos dias chuvosos e húmidos. As alterações climáticas observadas nos últimos anos, com tempo seco, quente, ventoso, baixa humidade e falta de chuva fazem com que as plantas, que normalmente polinizavam entre Março a Julho, polinizem mais cedo, com picos de concentração dos pólenes mais elevados.

Como há uma relação direta entre os níveis atmosféricos dos pólenes e a intensidade das queixas, isto explica porque as pessoas têm mais queixas nos períodos com altos níveis de pólenes no ar.

As crianças são particularmente sensíveis e revelam sintomas de rinite, conjuntivite e asma cada vez mais cedo, mesmo em idade pré-escolar.

4 – Meio Urbano. Ao contrário do que se poderia pensar, as pessoas que vivem na cidade não estão mais protegidas contra a alergia aos pólenes, em relação às do ambiente rural.

O pólen em meio urbano é mais agressivo porque a poluição destrói a camada protetora externa do pólen e o interior responsável pela alergia acaba por ficar diretamente exposto com a mucosa das fossas nasais, do olho, brônquios e pele. Esta é uma das principais razões porque a população das cidades sofre cada vez mais cedo e com mais intensidade os sintomas das alergias na chegada da primavera.

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